segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A ciência pode classificar e nomear todos os órgãos de um sabiá, mas não pode medir seus encantos.
A ciência não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação perde o condão de adivinar:
divinare



Os sabiás divinam.


[ Manuel de Barros ]

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quinta à Tela - O declínio de Zaratustra

Edvar Munch / O Grito
Nietzsche - 1906.


Incipit tragoedia [A tragédia começa] -- Quando Zaratustra fez trinta anos de idade, abandonou sua terra e o lago de Urmi e foi para as montanhas. Lá ele desfrutou seu espírito e sua solidão e por dez anos não se cansou disso. Mas afinal seu coração mudou -- e uma manhã levantou-se ele com a aurora, voltou-se em direção ao Sol e falou-lhe assim: "Ó, astro-rei! Qual seria a tua felicidade, se não tivesses aqueles a quem iluminas? Durante dez anos subiste até a minha gruta: estarias farto de tua luz e desse caminho, se faltassem eu, minha águia e minha serpente; mas nós te esperamos a cada manhã, recebemos da tua abundância e te bendizemos por ela. Olha! Estou enfastiado de minha sabedoria, como a abelha que juntou demasiado mel; preciso de mãos que estendam, quero oferecê-la e reparti-la, até que os sábios entre os homens novamente se alegrem de sua tolice e os pobres de sua pobreza. Para isso tenho que descer à profundeza: como fazes tu à noite, quando segues por trás do mar e levas a luz também ao mundo de baixo, ó estrela pródiga! -- assim como tu, eu tenho que declinar, como dizem os homens até os quais quero descer. Então, abençoa o cálice que quer transbordar, para que dele flua a água dourada e carregue a toda parte o brilho do teu enlevo! Olha! Este cálice quer novamente ficar vazio, e Zaratustra quer novamente ser homem -- Assim começou o declínio de Zaratustra.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O silencio



Video experimental feito por estudantes de Publicidade da Puc minas.

domingo, 25 de outubro de 2009

Todos nós produzimos lixo


Todos nós produzimos lixo, muitas vezes desfazemos dele sem mesmo pensar nas conseqüências que acarretará no meio ambiente. Hoje em dia, meio ambiente é assunto discutido em todo o mundo por organizações governamentais, não governamentais, popularmente e também através da mídia. É importante que aconteça ações de cada cidadão para que possamos contribuir com a redução de poluentes do nosso ambiente, primeiramente poderíamos identificar três fases importantes: sensibilizar, conscientizar e mobilizar. Uma vez mobilizado, o cidadão pode se tornar um agente multiplicador, divulgando as idéias, ações e costumes.
Um conceito ambiental conhecido e multiplicado por ambientalistas e o “3 R´s”, com ele podemos limitar o impacto do lixo no meio ambiente, Reduzir, Reutilizar e Reciclar:

Reduzir
A melhor solução é reduzir o lixo que produzimos em primeiro lugar. Por exemplo, só devemos comprar produtos que não venham com muita embalagem e de que realmente precisemos.
Pense cuidadosamente sobre que tipos de materiais são usados nas coisas que compramos. Uma vez que se tornam lixo, eles podem levar muito tempo para se decomporem.

Reutilizar
As pessoas são freqüentemente muito imaginativas ao reutilizarem os objetos, ao invés de jogá-los fora. Por exemplo, podemos amassar as latas de alumínio vazias e usá-las como chapa de metal. Podemos fazer móveis com sobras de madeira e usar vidros bem lavados para guardar alimentos e materiais de carpintaria e de escritório.

Reciclar
Se objetos como garrafas de vidro, latas de metal e de estanho, jornais e plásticos não puderem ser reutilizados, talvez seja possível reciclá-los. Por exemplo, o vidro é lavado em fábricas especiais, quebrado em pedacinhos e, então, derretido para fazer vidro “novo”, pronto para a fabricação de alguma outra coisa. Alguns países têm fábricas que reciclam estes materiais.

E você, sabe o que é Preciclar?

"Preciclar é pensar que a história das coisas não acaba quando as jogamos no lixo. Tampouco acaba a nossa responsabilidade!
"
Pólita Gonçalves



Post enviado pelo colaborador Felipe Xavier.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Picadeiro do Sol




Um passante anônimo, uma figura solitária na esquina de uma rua, alguém que passa com pressa. Isso poderia acontecer a qualquer um. Alguém que vem, alguém que vai, que vive na sociedade anônima. Alguém na multidão, um dos membros da maioria silenciosa. Aquele que, dentro de todos nós, grita, canta e sonha.
Uma jovem enfurece-se; ela já viu tudo o que há para ver e seu mundo perdeu todo o significado. A sua raiva despedaça o seu pequeno mundo e ela encontra-se no universo de Quidam. A ela junta-se um companheiro alegre e outro personagem mais misterioso, que vai tentar seduzi-la com o maravilhoso, o inquietante e o aterrador.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quarta a Óleo

LA PERSISTENCIA DE LA MEMORIA / SALVADOR DALÍ



O principal expoente do surrealismo nas artes visuais dizia-se capaz de criar associações entre fatos e imagens que nada teriam a ver com a lógica - o que em muito difere do diagnóstico psiquiátrico da loucura, de fato. Ao buscar a não-racionalidade, Dalí marcou a história da arte com incursões por desejos incoscientes retratados de forma quase fotográfica.

Salvador Dalí tinha consciência de sua genialidade. Considerava seu trabalho como antiarte, livre de "considerações plásticas e outras besteiras". Preocupado com sua imagem, jamais se apresentava em público "civil", mas com seu "uniforme daliniano": o bigode curvado para cima e as roupas ostensivamente elegantes. Essa imagem irônica, somada a sua aversão política, provocaria sua expulsão do movimento surrealista em 1936. Ele que havia se juntando ao grupo em 1929. Influenciado pelas teorias psicanalíticas do austríaco Sigmund Freud, o movimento buscou explorar a psique na arte, englobando o sonho e o incosciente.

Um emblema desse movimento em direção ao onírico é o quadro A Persistência da Memória (1931), conhecido como "o quadro dos relógios derretidos". Os relógios, instrumentos mecânicos e rígidos, traduzem a passagem do tempo. Ao dar-lhes formas fluidas e orgânicas, o pintor remete-os a um universo de prazer, ressaltando a fugacidade da memória. Formigas - recorrentes em suas pinturas como símbolo da decadência - atacam o único relógio de aparência ainda sólida. A cabeça adormecida ao centro é interpretada como um perfil distorcido do pintor. A paisagem ao fundo, uma de suas memórias de infância, dá ao conjunto um ar de verossimilhança, conferindo ao sonho uma aprênica tangível.

O óleo sobre a tela é marcado pela meticulosidade técnica. Dalí buscava, por meio do cuidado com as formas e da representação minuciosa de pormenores, criar uma atmosfera realista. Ele via a pintura como "uma fotografia à mão e em cores". Ao conciliar o clássico com a arte de vanguarda, portanto, sua tendência surrealista se manifesta não pela técnica, mas pela temática trabalhada: a violência, o erotismo e o sonho.


"La única diferencia entre un loco y yo es que yo no estoy loco."
Salvador Felipe Jacinto Dalí i Domènech (1904-1989).